No mesmo dia em que o Ministério Público Federal ofereceu denúncias contra 35 investigados na Operação Lava Jato, uma das principais ONGs anticorrupção do mundo argumentou que só respostas céleres ao escândalo evitarão desdobramentos ainda mais negativos ao país.
Para o sul-africano Cobus de Swardt, diretor-geral da Transparência Internacional, se o país demorar em punir os responsáveis, perderá o ímpeto criado para combater a impunidade e sofrerá efeitos econômicos, como a dificuldade de empresas brasileiras em fazer negócios no exterior.
Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol detalhou o funcionamento de esquemas de corrupção que, segundo as investigações, envolvem contratos com a Petrobras. Entre os 35 denunciados, estão 22 ligados às empresas investigadas – Camargo Correa, Mendes Junior, Engevix, OAS, Galvão Engenharia e UTC.
Dallagnol diz que o MPF identificou, nesta fase das investigações, 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro, envolvendo cerca de R$ 286 milhões. O MPF pleiteia, por ora, o ressarcimento de quase R$ 1 bilhão.