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Funcionários da Mercedes-Benz fazem assembleia na porta da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ( Foto: Divulgação - Adonis Guerra/SMABC) |
A Volkswagen informou ontemque esses 800 funcionáriosficarão em licença remunerada até 30 de janeiro, depois serãodispensados. A empresa alega ter um excedented e2 mil trabalhadores, de um total de 13 milna unidade. Informou aindaque esta é a “primeira etapa de adequação de efetivo”.A Mercedes-Benz, também de São Bernardo,é o utra montadora que, segundo o sindicato,eliminou 244 vagas nos últimos dias. Hoje, haverá assembleia
no portão da fábrica e também deverá ser adotada medida deprotesto, que pode ser a paralisação da produção.
Os trabalhadores daVolksentraramna fábricaontem,mas permaneceram de braços cruzados. O mesmo deve ocorrer hoje. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, informou que são produzidas diariamente1,2mil unidades dosmodelos Gol, Saveiro e Polo.
O sindicalista espera para hoje ou amanhã um encontro com dirigentes da Volks para retomar negociações. Em dezembro, a empresa propôs alteração num acordo que estava em vigor desde 2012 e previa estabilidade no emprego até 2016.
Alegando mudança na economia e queda nas vendas, a empresa fez nova proposta, que previa a abertura de um PDV e congelamento dos salários neste ano e no próximo, sendo substituído por abonos que não são incorporados ao salário-base. Previa ainda estabilidade até 2017 para quem ficassee produção de três novos modelos. A proposta foi rejeitada em assembleia
e, na visão do sindicato, prevalece o acordo anterior.
Marques quer saber se o novo presidente da Volkswagen, David Powels, que assumiu dia 1.º, apoia, como seu antecessor, a criação de um programa de proteção ao emprego, nos moldes do existente na Alemanha.“Trata-sede um programa para ser adotado em períodos de crise que prevê a redução de jornada para todos os trabalhadores da fábrica, sem redução de salá-rios,e qu e pode ser uma alternativa ao quadro atual.”
A empresa bancaria parte dos saláriose outra parte ficaria por conta do governo (por meio do FAT ou do FGTS).Essa proposta, que substituiria o
lay-off, está em discussão entre centrais,empresas e governo há anos, mas ganhou força em 2014.
Mesmo com as recentes declarações da nova equipe econômica, que fala em ajustes fiscais,Marques avalia que “o custo de um desempregado é maior para o governo do que o custo de mantê-lo empregado”. Segundo ele, além do seguro-desemprego bancado pelo governo, os desempregados deixam de consumir, o que respinga na arrecadação de impostos.
/ CLEIDE SILVA, TÂNIA MONTEIRO, LU
AIKO OTTA E MURILO RODRIGUES
ALVES
Estadão