Entre os delatores estão Eduardo Leite, Ricardo Pessoa e Júlio Camargo.
De acordo com as investigações, a Andrade Gutierrez agia de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras. Ela formava um cartel, obtendo preços favoráveis e, com isso, lucros extraordinários. Parte do lucro excedente era usado para pagar propina a agentes públicos e partidos políticos, conforme os procuradores. A Odebrecht agia da mesma forma, ainda de acordo com as investigações.
A primeira audiência começa às 9h30 e terá como testemunhas de acusação os delatores Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, e Rafael Angulo Lopes, um dos operadores do esquema e também delator.
Em depoimento de delação premiada, Júlio Camargo explicou à Justiça como funcionava o esquema de corrupção abastecido com dinheiro pago por empresas que formaram o cartel para dividir entre si projetos da Petrobras, cobrando o valor máximo previsto nas licitações e pagando suborno equivalente a 3% dos contratos.Lopes era uma espécie de braço direito deAlberto Youssef e cuidava da contabilidade do doleiro. Em um dos depoimentos de delação premiada, o operador declarou que a partir de 2009 passou a viajar frequentemente para entregar dinheiro para políticos.
Em uma audiência em agosto deste ano, o juiz Sergio Moro apresentou a Rafael Angulo Lopez uma planilha que ele reconheceu ter elaborado como contabilidade do esquema de distribuição de dinheiro.
Questionado sobre o significado da expressão “Band”, que figurava ao lado de alguns dos valores, o operador explicou que era uma abreviação de “Bandido”, e que essa alcunha era utilizada como referência a políticos destinatários de dinheiro. Leia mais